Já neste ano, e durante os dois próximos, são fortes as perspectivas de que a regeneração de fluidos refrigerantes seja fortemente retomada no país, à medida que HCFCs e HFCs ficarem mais caros e escassos por aqui.
Expectativas assim têm sido cada vez mais frequentes, em virtude de mudanças no mercado e dos próximos passos previstos pelos programas que pretendem manter o país devidamente alinhado ao Acordo de Paris.
Atingir tal objetivo tem sido a atribuição de duas iniciativas: o PBH – Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs e o KIP – Programa de Implementação à Emenda de Kigali, adendo que colocou os HFCs entre as preocupações ambientais, em virtude do Aquecimento Global.
Coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA), ambos contam com a participação ativa de agências implementadoras internacionais, empresas do HVAC-R e entidades setoriais.
A meta global na área é reduzir, de forma expressiva nos próximos anos, as emissões dos gases de efeito estufa – vilões das mudanças climáticas. – e também o CFC remanescente, ameaça à Camada de Ozônio há muito conhecida.
Bons motivos
Diante desse cenário, “o mercado de regeneração deve crescer”, prevê Thiago Pietrobon, da Ecosuporte, profissional e empresário que desde 2011 atua nesta área, sendo o atual vice-presidente do Departamento Nacional de Meio Ambiente, da ABRAVA.

Segundo ele, os HCFCs vão passar pelo processo de demanda acima da cota após 2027, o que tornará o R-22 regenerado mais do que necessário para a operação de milhares de chillers e RACs ainda em funcionamento.
Já no caso dos HFCs, tudo deve acontecer até de forma mais rápida. “Agora em 2025, o interesse na descarbonização das empresas tem acelerado não apenas os retrofits, mas também a destinação correta dos bancos de HFC já formados”, afirma.
Esses estoques correspondem ao gás que se encontra no interior dos equipamentos, quantidades que podem ser abatidas desde já dos inventários de emissões de Gases de Efeito Estufa, mais um aspecto favorável à evolução do tema no país.
“As empresas de capital aberto já têm esta obrigação incorporada às regras IFRS, e a Lei Brasileira de Taxonomia Sustentável deve estendê-la a outras áreas”, prevê Thiago.
Além disso, o especialista lembra que a lei brasileira de mercado de carbono tende a fazer deste item um ativo remunerável para as empresas, outro fator relevante para que a regeneração de fluidos refrigerantes registre uma vigorosa retomada no Brasil.