As muitas lições de um professor e refrigerista há mais de 40 anos

Nataniel e SENAI: parceira de décadas formando novos profissionais | Foto: Arquivo Pessoal Nascido no Rio de Janeiro, para onde voltou e se encontra até hoje – após ser criado em Brasília – Nataniel Lopes da Silva Junior é um dos nomes mais conhecidos do HVAC-R carioca, pelo misto de competência e simpatia com que […]

As muitas lições de um professor e refrigerista há mais de 40 anos


Nataniel e SENAI: parceira de décadas formando novos profissionais | Foto: Arquivo Pessoal

Nascido no Rio de Janeiro, para onde voltou e se encontra até hoje – após ser criado em Brasília – Nataniel Lopes da Silva Junior é um dos nomes mais conhecidos do HVAC-R carioca, pelo misto de competência e simpatia com que atua como professor e refrigerista.

Foi lá onde teve o primeiro contato com a profissão, no SENAI de Vila Isabel e hoje – ao lado da esposa Paula -, toca a Top Frio do Rio Elétrica e Refrigeração, empresa que instala e mantém desde splits até chillers para grandes sistemas. E só não está lecionando diariamente, ofício abraçado nos anos 1980, devido a um atropelamento cujas consequências ainda o mantêm em licença médica.

“Hoje eu dou aula no Senai de Benfica, tanto nas áreas de refrigeração comercial, residencial e industrial, quanto na de climatização”, diz ele, ao falar de sua paixão pelo magistério, comparável apenas à que sempre alimentou pelo escotismo.

Obras das mais variadas, sempre ao lado da esposa e companheira Paula | Foto: Arquivo Pessoal

Quando era professor no SENAI de Tabatinga, em Brasília, ele teve a chance de unir as duas coisas, ao organizar acampamentos que entraram na história daquela unidade, focando inicialmente uma classe de egressos da então Funabem que ele pretendia motivar.

A atividade, porém, logo tornou-se anual e generalizada na escola, chegando a causar grande mobilização dos escoteiros e das autoridades locais, e mais de 120 alunos, desde que tivessem boas notas, claro.

“No fim, todos se relacionaram melhor, ajudando até mesmo a derrubar o preconceito que sofria a classe dos alunos vindos da FUNABEM, que não eram bem aceitos pelos colegas de outras classes”, comemora Nataniel.

Disciplina

O escotismo, aliás, sempre teve importante papel na vida dele, um árduo praticante de suas normas de conduta nos estudos e no trabalho, já a partir dos 14 anos.

Desde então, foi office boy, funileiro, pintor de carros, mecânico, motorista particular e piloto de testes para diferentes montadoras de veículos. “Até terrenos eu capinava para ganhar a vida”, relembra.

Essa procura por um ofício definitivo terminaria apenas em 1979, quando, aos 22 anos, Nataniel assistiu a um filme no SENAI de Tabatinga, onde a última profissão exibida simplesmente o encantou, pois mostrava geleiras derretendo para ilustrar o quanto a temperatura já vinha aumentando.

Sem a preocupação ecológica de hoje, a ideia era mostrar o futuro promissor do HVAC-R, e Nataniel, com a sua rapidez de raciocínio peculiar, logo percebeu que seu caminho seria aquele.

Fotos: Arquivo Pessoal

Saiu do SENAI com três indicações de emprego, por ter sido o primeiro da turma, e escolheu a única opção cujo horário o permitiria continuar estudando, algo que fez, de fato, até retornar à escola de Tabatinga, em 1987, desta vez como instrutor do curso de refrigeração.

Inquietações

Em 1991, Nataniel volta ao Rio à procura de um mercado com mais oportunidades de trabalho e, como era de se esperar, fez mais um curso, agora nas áreas de elétrica e eletrônica, no Liceu de Artes e Ofícios.

Toda essa trajetória proporciona a essa figura de fala fácil e muitos amigos, dentro e fora da profissão, uma indisfarçável sensação de dever cumprido até aqui.

Mas ele não esconde também sua inquietação com a falta de ética e uma união maior entre boa parte dos refrigeristas.

O mesmo ocorre, segundo ele, com a falta de afinco em realizar as coisas da melhor forma possível.

Como exemplos disso, ele aponta práticas condenáveis no manuseio de fluidos refrigerantes e a falta do empenho de aprender cada vez mais, “pois é preciso o pessoal compreender que o conhecimento ultrapassa qualquer barreira”, conclui o profissional, baseado em quatro décadas sentindo isso na pele.

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